quarta-feira, novembro 04, 2009

Saudade


Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

Pablo Neruda
Tenho saudades vossas... Onde estão? Como estão? Quero-vos ao pé de mim... Quero-me ao pé de vocês...
^*^

domingo, outubro 28, 2007

a hora estaa mudar....

ola..bom...parece que ainda so contribuidora deste blog...peço desculpa aos seguidores deste meu amigo andré...mas ele esta ausente e vai ter de levar comigo, como uma recem chegada contribuidora , pois senáo isto fica vazio.
vou falar sobre ele...ele o magnifico, e unico com assento andre campos, tambem com assento no ultimo é, e no primeiro u de último..gramatica aparte.....
Pois é bebe...foste paminha bela hungria....e ja os sentes mais pequenos´não e?mas se conseguires aguentar, acredita que os vais sentir cheios cheios cheiosssss.....tou a falar dos pulmões,axavam que era q???ai estas almas preversas....
tenhomuitas saudades tuas,mas estou muito feliz , por saber que decidiste lutar pelo teu caminho e saiste por uns tempos , aqui da aldeia...é sempre bom conhecer novaspessoas e diferentes culturas....a fase de adaptaçao e a quemais custa....mm em tudo náo é?
Quero dizerte tb a ti e ao mundo, o grane amigo que tens sido, e o facto de saber q tb axo q sentes o mm por mi é bom.spa querermos proteger...parecemos qse ma familia de ciganaga,lol, (a reposito, vaiste cruzarai com uns tantos...cuidado com as mochilas.....)
por ca tento sobreiver..ta a ser meio estranho,hojemuda a hora....sinto q a lua esta louca...ou entao sou eu...as vezes entro em catarse com a lua, como sabes....
Apetece-me uivar a ti meu amigo,mandar um uivo aqui ate a hungria, e gostaria que tu me roncasses e te pudese ouvir...eu carissimo e delicioso amigo
a hora esta a mudar..a ti tb te desejo optimas mudanças atodos os niveis, só nao mudes a belezalinda que tens dentro d teu coraçao, nao a espalhes, masguardaapara aquelesq a merecerem....muita paz em ti, e tudo o que para mim desejaria sao os votos desta....defineme tu depois q te adora como se n houvesse amanha....somos loucos????nao...somos nós pps apenas...sem medo de demostrar as nossas maiores fraquezas e medos....e depois?choramos?pois choramos?qual e o mal?sao liquidos q vao do coraçao ate aos olhos e se espalham pela façe....ah...e sorrimos mto tb...e iso e bom, e gargalhamos ainda mais , ne xoné???querote spd cabeça erguida, e humilde, nao parvo nem submisso, mas na tua , na simplicidadeq sei que es capaz de ter.vo ai visitarte po ano.andré es o meu menino especial...meu irmao...cuida agoa m cadinho de ti ta?ca te espero d braços abertos. esteja onde estiver.adorotu**

sábado, outubro 13, 2007

Um banho de chuva



Na na na na ... Não, não pode ser real, nem poderia mesmo sê-lo, não é? São oito horas da manhã e havia me deitado à cerca de uma hora atrás, adormeci sob o cansaço e quando isso acontece parece que os sonhos não passam de episódios repetidos, eu volto-me para um lado, o meu corpo arrasta-se sob a cama várias vezes até que me despertam as dúvidas que já me criaste, não consigo deitar-me sem te resolver na minha mente e principalmente sem te haver reconhecido ou não pelo pulsar do sangue. Quero-te arquivar na alma, quero que me rasgues o espírito num âmparo de estrelas.

Ai ai ai ai ai ai ...

Os cigarros acabaram-se, merda, preciso de fumar, preciso de te evaporar, porque os meus dias estão ditados e a minha bagagem já tá cheia, tu não podes nem deves ter espaço no meu inventário. Visto umas calças que já moram no chão há uns bons dias, calço uns ténis, uma t-shirt a precisar de ser engomada, um boné para não ter de me pentear e os óculos para a claridade da marginal manhã que teima em se impôr e saio para ver se um ou mais um cigarro me faz esquecer-te, por fim adormecer com um sonho qualquer diferente daquele que me fez acordar para a gula que tenho por ti.

E outra vez, o sonho ou o pesadelo, como quem o quiser catalogar ... Agora parece que ganhou vida própria e se multiplica por mim, mais um cigarro pode ser que isto passe ...

Se tu quiseres ...

Meu bem ... vamos brindar a vida esta noite, a nossa. Recolhe todos os estores para vermos as fugas dos gatos às primeiras gotas de chuva, vamos vê-los arriscar a sétima vida ao saltarem dos telhados para se abrigarem da crescente concentração de gotas pesadas de choro. Um choro feliz e manso, um chorar de celebração.

Deixa ir os teus pés descalços pelo chão, empoeirado de uma semana, que é frio aos primeiros toques da pele que arrepiam a espinha do meu corpo quase como quando tu me sussuras ao ouvido, como quando formulas aquelas covinhas ao sorrires feliz, ainda vamos a tempo de ver as estrelas se transformarem num só pano de fundo da tempestade que se avizinha. Deixa sujar os pés nús até porque o tempo têm de deixar as suas marcas.

Observa a chuva a cair nos vidros das nossas janelas, que bárbaro, apressa-te e abre as janelas, meu bem, deixa essas gotas entrarem, deixa que elas nos inudem de frescura, de humidade, de cheiro a terra molhada. Permite que elas salpiquem o meu corpo e o teu, elas que nos invadam trazidas pelo vento cúmplice de atentado.

Dá-se um impasse no bater do meu coração quando o primeiro trovão se faz anunciar e a tua mão pousa na minha fazendo o meu medo virar uma brisa de chuva. Depois de ter largado tudo e ir contigo para o mundo viver a nossa felicidade nunca mais tive medo de ir à janela ver as cores dos relâmpagos que agora se juntam a nós, numa festa colorida e vibrante na fotógenia textual cenográfica dos teus gestos hómonimos aos meus.

Vivemos um amor de fita de cinema, desfrutamos de paragens incertas por estradas desconhecidas. Não há ninguem nas janelas vizinhas que possa destruir o nosso amor, somos eternos num segundo, somos, para todo o sempre, gotas que caem lá fora e por toda a presença enquanto me beijas as costas nuas. Numa mão levas-me os sonhos e na outra afagas os meus cabelos. Levo-te ao chão, ouvimos a chuva cair nos telhados, eu vou destruir a fronteira que me separa do teu país estrangeiro, levarei a minha bandeira para conquistar o território selvagem.

Agora sim, a casa escura, as janelas abertas, a chuva pertinentemente entra a convite nosso, os nossos corpos no chão erroscados, as ideias a flutuarem, o teu sorriso a iluminar-me, só falta mesmo um banho de chuva para que o nosso amor seja digno de cinema. Pronto para uma pós-produção tua.

Se tu quiseres, se tu quiseres, se tu quiseres ...

Dás-me a mão e eu levo-te descalço a viver um amor desses de cinema, sempre a banhos de chuva, garanto-te que não te vai faltar amor. Também, se ao longo do dia a conversa se render eu inventarei palavras só para tu escutares. Nesse mapa só nosso, quando atingirmos todas as fronteiras prometo que te desenho novos caminhos, que nos levarão sempre de volta aonde chove pois precisamos é de tomar um banho de chuva.

Na manhã o sol teima em continuar a raiar em pleno Outubro, mas eu ando pela chuva que me encharca, que me adoece. Não tenho a tua mão na minha enquanto caminho por isso a chuva é só a teoria do ciclo da àgua que se forma da humidade e se evapora até as nuvens atingirem o seu ponto de saturação e assim choverem. Depois de mais um cigarro, lembro-me do que sinto quando tu estás mais do que perto, do que tremo quando a te peço o isqueiro emprestado e a minha mão toca de raspão na tua, de fazer uma ginástica ocular por espreitar do canto do olho o teu sorriso cheio de estrelas. Apagado o cigarro, quero destruir-te como se fosses um rascunho, rasgar-te em mil pedaços de papel porque eu tenho de iniciar o meu caminho à chuva, não te posso esperar para vires comigo porque afinal não passas de talvez uma ilusão dos dias quentes. Fica apenas o sonho de um dia tornar a nossa vida num amor de cinema, num banho de chuva.

quarta-feira, outubro 10, 2007

De regresso ...


(Foto de Carlos Gregório - http://www.flickr.com/photos/carlos_gregorio)


Regresso à escrita no blog que na minha cabeça esteve encerrado para balanço mas sem aviso prévio. Chegamos a alturas da vida que nem sempre nos é possível fazermos o que mais amamos mesmo com muito material para publicar, a verdade é que, também, tem de existir tempo para viver para adquirir mais conhecimento e assim amadurecer. A escrita não é mais nem menos do que um percurso, muitas vezes povoado pelo vazio e pela estagnação. Que foi de facto o que aconteceu. Não teria de qualquer maneira pedir desculpas, uma vez que o factor humano, do qual a escrita é herditária, falha e muitas vezes. De qualquer forma eu peço humildemente desculpas a todos os companheiros que por aqui passam e com os quais existe uma partilha sem a qual eu já não consigo viver. Obrigado, mais uma vez e sempre, pela vossa partilha.

Este regresso traz mais definições a este espaço, o qual irão observar a diante, uma vez que este espaço tinha sido um tubo de ensaio que despoltou numa experiência mais rica e, por isso, uma nova lavagem de imagem e também de conteúdos mas sem nunca perder a sua essência.

De anunciar, também, que tenho um novo blog que será o diário de bordo da minha nova e nobre aventura por terras húngaras e não só, o endereço está no espaço destinos à esquerda com o título ''De mochila às costas ...'', de qualquer maneira, aqui fica o endereço http://evs-pessoal-e-intransmissivel.blogspot.com .

Espero vos deste lado, uma vez que me encontro de partida (finalmente!), com ideias, sugestões e a partilha de sempre. Beijos e abraços, respectivamente, André Campos

P.S.:Permitam-me agradecer ao Carlos pela excelente foto.

quinta-feira, junho 28, 2007

Sem titulo ...




''Não há mal que dure para todo o tempo nem há bem que perdure para sempre'' Anónimo

Venho por este post pedir desculpa por não andar a actualizar o blog mas ultimamente não tenho tido muito tempo mas para breve prometo novos posts.
Obrigado Rui pela tua sugestão do meu blog, pela tua amizade e pelo carinho de estares desse lado.
Abraços e beijinhos, respectivamente, com muita amizade, André Campos

quarta-feira, maio 16, 2007

O amor sucede-me



(Sé de Lisboa - Delgado - Para ver mais trabalhos deste artista - http://web.mac.com/lxmenn )


Sucede-me o amor assim como as horas me sucedem enquanto espero por ti, pela tua promessa, por não sei mesmo se me lembro de mais. O tempo digitalizado passa-me pelos olhos, o cansaço envolve-me mas eu continuo à espera. De quê? Diz-me tu espelho que não me devolves nada a não ser a minha verdade e a sucessão do tempo pelo meu corpo. Sim, já não me mentes, também, nunca o fizeste, eu próprio jamais te deixaria enganares-me. Não tenho fome, não tenho sede, não tenho vontade de nada, apenas de aspirar a madrugada para dentro dos meus poros. Já dei cabo do maço de cigarros, já dei cabo da minha curta paciência.

O caminho quer-se longo, vai doer, se não for o corpo será a bagagem em que o Pretérito excede o limite de peso. E a viagem só agora começou ... Essa mesma viagem a que nos propomos a de sermos mestres mas ''não podemos pretender ajudar os outros quando nem a nós mesmo nos conhecemos. Não podemos ser mestres de outrem senão somos mestres de nós próprios.
Somos agressivos porque temos medo, somos distantes porque temos medo, não sorrimos porque senão acham que somos frágeis… Irra, mas será que não vemos, será que não percebemos, que é quando sorrimos, externa e internamente, que conquistamos o mundo, que derrubamos barreiras e fazemos os outros felizes? Fazer os outros felizes… será que pensamos nisto, ou estamos somente obstinados com nosso bem-estar? Quando conhecemos alguém o que é que pensamos? Em nós e em como ele/a nos vai surpreender e conquistar, não é verdade? O mundo, o sistema, a sociedade tornou-nos seres egoístas e frágeis… Sim, porque se fossemos fortes e equilibrados aproveitaríamos as oportunidades de peito aberto, pensando que se correr bem, óptimo, se correr mal, bom, que venha de lá outra chance. Deve ser isto que se chama Viver, o resto é sobreviver, é pairar e resguardar-nos nas respectivas cavernas.
Poucos de nós sabemos o que valemos, ou nos amesquinhamos ou sobrevalorizamos (é o eterno desequilíbrio), mas tudo tem remédio, se se conhecer melhor, poderão tentar arrasa-lo/a mas não o conseguirão! Quando formos indiferentes às críticas, estaremos muito, mas mesmo muito “crescidos”!''

Uma nova jornada desperta em mim, acorda-me uma vontade súbita de me querer bem, nasce-me o desejo de não querer saber mais o que é o amor. Eu desisto por aqui, esta pele que o meu corpo vestiu durante tanto tempo, em que esperava por ti e mais por ti, vai cair juntamente com as folhas do Outono, vai estalar na Primavera, vai secar no sol tórrido deste Verão para nascer uma nova camada no Inverno gélico que tornará o meu corpo um soldado frente à meterologia, esse corpo invólcuo do meu coração. Qual é o tamanho do meu coração? Não sei mas uma certeza tenho já não é mais do tamanho da tua indiferença.
Liberto-me da condição de escravo para me juntar aos que lutam, os que batalham pela verdade sem tréguas à deslealdade. Com a minha espada cortarei de raiz todas as mentiras em que construíste este meu mundo, com a velocidade da Física desmistifico todos os desertos que povoaste na minha mente após a tua ausência. Desembrago a bandeira contra a hostilidade de um amor que já não mais me condena.
Eu perdi o meu coração entre a contagem de estrelas das constelações que me levaste a conhecer e as lágrimas que me fizeste chorar nas noites sem luar. Felizmente para mim hoje à um luar porque de uma vez por todas eu compreendi que as palavras não podem amar nem mesmo cantadas, percebi, finalmente, que só os bobos falam de amor porque não sabem amar e que os loucos remetem-se à sua loucura para não terem de amar. Quem usa as palavras para amar não pode amar. E agora senta-te frente a mim e deixa-me ler a tua mão eu vou mostrar-te o futuro: - Um dia eu já não andarei por aqui e ainda nesse dia se falará de amor, só não saberei a que verdade absoluta vai ser pregada esse evangelho, por isso o amor sucede-me ...

(O texto que se encontra compreendido entre aspas não é da minha autoria é da autoria de Vera Xavier na sua previsão astral semanal e mensal para o signo carneiro no site do sapo. Obrigado)

terça-feira, maio 15, 2007

Nas tuas maos




Esse sorriso que carregas nas mãos àsperas pelos teus dias, que já moldaste o meu corpo como se fosse barro, lama feita pelo teu salivar de delírio que juntaste num monte de terra que escavaste com as tuas próprias mãos, já me levou muitas vezes pela espuma das brumas das várias noites que chorei, naquelas que eu tentei escapar-me do teu tocar. Eu deveria abster-me, votar em branco no destino a que essas tuas mãos me designam, deveria voltar para trás.

Se o amor pode ser um som, certamente, será o som do mar que eu escuto quando me embalas com as tuas mãos. Aquele som veloz que tu juraste que eu iria ouvir no dia que me tornasse num barco negro. E que é feito daquele fado chorado na guitarra que me prometeste para todo o sempre? Eu poderia dizer que naquele momento em que as tuas mãos me atravessavam o íntimo eu vi a verdade do amor aparecer ao meu redor, eu não mentia.

As tuas mãos são senhoras de mim, navego no teu toque ao sabor deste sentimento que me liberta apenas para a posse das tuas mãos. Agora o meu corpo é quedo e mudo, agora ele é a tua obra, oleiro, agora eu sei cada lugar das tuas mãos, agora é só já, só neste instante. O meu mundo não será jamais o mesmo depois de nas tuas mãos eu ver novas fronteiras, um novo horizonte, com elas abanaste o meu globo e apenas desdilhaste os mares. Os teus dedos apontam-me novos sonhos, uma nova epopeia, com eles descobres novas terras no meu corpo. Afagas-me os cabelos enquanto me contas histórias que sabes de cor. Talvez se fosse fácil entender eu não tinha dado o mergulho nesse oceano que acosta nas tuas mãos, se fosse perceptível ser feliz eu não teria tentado o teu toque mas as tuas mãos falam-me de amor, falam-me de saudade.

Tatua-me, a sangue, as tuas mãos no meu corpo, na minha mente, no meu espírito, na minha alma para que eu nunca esqueça o Pretérito mais-que-perfeito. Cega-me os olhos com as tuas mãos para que eu possa só ouvir a tua voz, oculta-me os sentidos. Mostra-me o amanhã nas linhas que desenham a palma das tuas mãos, mostra-me esse Futuro contigo sem o Condicional apenas com o teu Infinitivo Pessoal. Toca-me profundamente, dá-me a mão esta noite e também outra e mais outra noite até que o medo se dissolva novamente nas paredes escuras onde moram os monstros que me assolam, descalça-me os pés para eu poder caminhar na palma da tua mão e deixa-me lá viver só mais uma vez. Visualiza-me a viver nas tuas mãos, é bom, não me deixes enganar.

Vá dá-me a mão para eu não me perder mais na noite, faz uma conchinha com as duas mãos e deixa-me lá morar. Agora abre as mãos, eu vou-te dar algo para que me acredites, sim respira fundo, agora entrelaça os polegares e abre as asas, já reparaste, sim, as tuas mãos são a àguia que voa ilimitadamente alto no céu, e olha mais uma vez para as tuas mãos, afirmativo, sou eu que vou nas tuas asas a ver o despertar do sol, a sentir o toque da lua nas tuas penas. Tu tens medo? De me deixares cair? Eu confio no teu toque, no bailado que as tuas mãos daçam no meu corpo, tão lindo que me arrepia os poros.

As tuas mãos convergem a ordem natural das coisas, o equilibrio, elas esmagam todo o meu saber, são elas que apontam a tua ausência muito mais.

Eu morria nas tuas mãos, morria nas mãos que agora me negam o desejo, que me sujam o corpo, que me ocultam os sonhos, nas mãos que rasgaram todo o meu Pretérito em peças de um puzzle. Naquelas que me arrancaram o coração do peito, que o deixaram cair e partir-se em mil bocados, que o deixaram em migalhas aos pássaros que fogem no Outono. Eu só acredito no bater deste coração quando as tuas mãos que sangram a minha dor se dignar a colar todos os fraguementos que as tuas mãos deixaram ao vento.

Enquanto me esmagares com a tua ausência, eu vou perfumar as tuas mãos, e esse aroma e odor irão perdurar até tu voltares amanhã.