quarta-feira, maio 16, 2007

O amor sucede-me



(Sé de Lisboa - Delgado - Para ver mais trabalhos deste artista - http://web.mac.com/lxmenn )


Sucede-me o amor assim como as horas me sucedem enquanto espero por ti, pela tua promessa, por não sei mesmo se me lembro de mais. O tempo digitalizado passa-me pelos olhos, o cansaço envolve-me mas eu continuo à espera. De quê? Diz-me tu espelho que não me devolves nada a não ser a minha verdade e a sucessão do tempo pelo meu corpo. Sim, já não me mentes, também, nunca o fizeste, eu próprio jamais te deixaria enganares-me. Não tenho fome, não tenho sede, não tenho vontade de nada, apenas de aspirar a madrugada para dentro dos meus poros. Já dei cabo do maço de cigarros, já dei cabo da minha curta paciência.

O caminho quer-se longo, vai doer, se não for o corpo será a bagagem em que o Pretérito excede o limite de peso. E a viagem só agora começou ... Essa mesma viagem a que nos propomos a de sermos mestres mas ''não podemos pretender ajudar os outros quando nem a nós mesmo nos conhecemos. Não podemos ser mestres de outrem senão somos mestres de nós próprios.
Somos agressivos porque temos medo, somos distantes porque temos medo, não sorrimos porque senão acham que somos frágeis… Irra, mas será que não vemos, será que não percebemos, que é quando sorrimos, externa e internamente, que conquistamos o mundo, que derrubamos barreiras e fazemos os outros felizes? Fazer os outros felizes… será que pensamos nisto, ou estamos somente obstinados com nosso bem-estar? Quando conhecemos alguém o que é que pensamos? Em nós e em como ele/a nos vai surpreender e conquistar, não é verdade? O mundo, o sistema, a sociedade tornou-nos seres egoístas e frágeis… Sim, porque se fossemos fortes e equilibrados aproveitaríamos as oportunidades de peito aberto, pensando que se correr bem, óptimo, se correr mal, bom, que venha de lá outra chance. Deve ser isto que se chama Viver, o resto é sobreviver, é pairar e resguardar-nos nas respectivas cavernas.
Poucos de nós sabemos o que valemos, ou nos amesquinhamos ou sobrevalorizamos (é o eterno desequilíbrio), mas tudo tem remédio, se se conhecer melhor, poderão tentar arrasa-lo/a mas não o conseguirão! Quando formos indiferentes às críticas, estaremos muito, mas mesmo muito “crescidos”!''

Uma nova jornada desperta em mim, acorda-me uma vontade súbita de me querer bem, nasce-me o desejo de não querer saber mais o que é o amor. Eu desisto por aqui, esta pele que o meu corpo vestiu durante tanto tempo, em que esperava por ti e mais por ti, vai cair juntamente com as folhas do Outono, vai estalar na Primavera, vai secar no sol tórrido deste Verão para nascer uma nova camada no Inverno gélico que tornará o meu corpo um soldado frente à meterologia, esse corpo invólcuo do meu coração. Qual é o tamanho do meu coração? Não sei mas uma certeza tenho já não é mais do tamanho da tua indiferença.
Liberto-me da condição de escravo para me juntar aos que lutam, os que batalham pela verdade sem tréguas à deslealdade. Com a minha espada cortarei de raiz todas as mentiras em que construíste este meu mundo, com a velocidade da Física desmistifico todos os desertos que povoaste na minha mente após a tua ausência. Desembrago a bandeira contra a hostilidade de um amor que já não mais me condena.
Eu perdi o meu coração entre a contagem de estrelas das constelações que me levaste a conhecer e as lágrimas que me fizeste chorar nas noites sem luar. Felizmente para mim hoje à um luar porque de uma vez por todas eu compreendi que as palavras não podem amar nem mesmo cantadas, percebi, finalmente, que só os bobos falam de amor porque não sabem amar e que os loucos remetem-se à sua loucura para não terem de amar. Quem usa as palavras para amar não pode amar. E agora senta-te frente a mim e deixa-me ler a tua mão eu vou mostrar-te o futuro: - Um dia eu já não andarei por aqui e ainda nesse dia se falará de amor, só não saberei a que verdade absoluta vai ser pregada esse evangelho, por isso o amor sucede-me ...

(O texto que se encontra compreendido entre aspas não é da minha autoria é da autoria de Vera Xavier na sua previsão astral semanal e mensal para o signo carneiro no site do sapo. Obrigado)

5 comentários:

Anónimo disse...

Olá!
Não faço ideia de quem sejas, vi um comentário teu no ipsa ego e resolvi vir aqui dar uma espreitadela e o certo é que gostei bastante... Vou passar a ser leitora assídua. Parabéns!

Unknown disse...

Boas ...
Pois já somos dois mas vieste do blog da minha já amiga martinha!! Daí só pode vir boa gente, também quem vem por bem ...
Obrigado pela espreitadela, pelo elogio e já agora agradeço também a já aclamada assiduídade!
Beijinhos, André Campos

Anónimo disse...

A Kituta é uma maluca da qual gosto muito.
Uma doida, bem mais doida que eu, mas está à vontade, extremamente boa pessoa...

kiss

Pralaya disse...

Mais um texto magnifico com o sentido do amor...

Anónimo disse...

Boas!

O teu blog foi destacado aqui

http://blogs.blogs.sapo.pt/62062.html

A tua qualidade foi, mais uma vez, reconhecida. Continua com os bons textos do costume!

Cumprimentos.