segunda-feira, maio 07, 2007

Quando eu morrer, nao me levem flores ...

... Não é porque não goste, não, nada disso, apenas cheguei à conclusão que ninguém sabe quais são as minhas favoritas. Aquelas que eu gostava que secassem ao lado do meu corpo moribundo e que me perfumassem na passagem.
Mas porquê esta conversa agora? A esta hora? E porquê hoje? Nem eu sei, apenas as ideias sucedem-me à velocidade do som e logo agora que eu só queria era ter os pés assentes na terra. Não, eu hoje quero deixar as asas no armário.

Nascemos de um instante, de uma vontade. Crescemos em sonhos e afirmamo-nos desafiando tudo o que conhecemos até então. Um dia inevitávelmente morreremos. E nessas etapas todas vamos encontrando o destino não nas mãos mas nas faces que se cruzam no nosso quotidiano. E o quotidiano é a maior aventura das nossas vidas pois é nele que vamos encontrar alguém que nos fale de amor, nesse dia certifiquem-se que a pessoa que vos falou de amor também sabe usar a palavra amor porque meus amigos convenhamos que já chega de dissimulação. Ok! Eu neste capítulo fico-me por aqui pois ainda não encontrei a pessoa que não me queira conhecer apenas sob a pele, eu quero mais muito mais, mas também já não sei se quero ...

Quotidiano, ouvimos o despertador a uma certa hora impensável da manhã, colocamos o pão na torradeira, paramos no café antes de apanhar o autocarro, um cigarrinho ou não pelo o caminho, chegamos ao dever, vamos pondo as cusquices em dia e depois chegas ao final do dia e ouves, eu não tenho espaço para te colocar no meu quotidiano, vemos banalidades, olhamos o espelho e vamos dormir que já se faz tarde.

Talvez se fosse fácil não estaria aqui ...

Não gosto de virar as costas, sou agradecido a qualquer pessoa que passou na minha vida mesmo com aquelas que não aprendi nada, reafirmei-me. Mas o que me chateia a sério... é o amor. Já não sei se sei ou se o quero saber. Para mim a coisa mais importante na vida é a lealdade, já me trairam várias vezes (no geral), houve algumas que me respeitaram outras nem tanto, já me mentiram mas as que permanecem cúmplices são aquelas que nunca me foram desleais. A lealdade é o valor mais importante na amizade e irrita-me aquelas pessoas que passam a vida a falar mal dos supostos amigos e nunca tem as bolas no sítio para lhes dizer as coisas na cara ou então perguntar o porquê das atitudes deles. Se existe alguma coisa que levamos da vida deverá ser o amor porque é o único que não cabe nos bolsos tem de ir na alma.

Eu posso perdoar, não guardar rancor algum mas sou como os putos depois de mexer nas fichas electricas e apanhar um choque não esqueço.

Enfim desabafos ...

''As flores perfumam até as mãos que as esmagam.''

5 comentários:

Pralaya disse...

Quando eu morrer não me levem flores e nem sequer quero um funeral simplesmente deixem que o meu corpo seja queimado mas por estranhos e sem ninguém perto ou em redor, porque quem não se lembrar de mim vivo, quem não me der flores vivo, ou passe por mim vivo, não precisa de vir chorar ou apenas certificar de que estou morto. Sempre pensei que devemos dar importancia e estar com as pessoas de quem gostamos enquanto elas estão vivas, depois de mortas não interessa levar muitas ou poucas flores ou se são as favoritas ou não....
Lembrem-se de mim vivo e não morto...

Rama disse...

Muito do que disseste nao passa de pura verdade.. tal como tu ando farto,'daquelas pessoas que passam a vida a falar mal dos supostos amigos' e que so se aproximam de ti por interesse...

adorei o teu texto.. ;)
abraço

Unknown disse...

Pralaya um acrescento sempre em bom...
Obrigado pela lealdade ...

O q te vai na alma ... obrigado pelo comentário e deixa que essas pessoas têm sempre aquilo que merecem, a mal ou bem, serve-nos de consolo, o melhor mesmo é a tolerância.

Anónimo disse...

Nuno Júdice escreveu:

"podiamos saber um pouco mais
do amor. mas não seria isso que nos faria deixar
de amar ao saber exactamente o que é o amor, ou
amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada
sabemos do amor."

as flores são demasiado efémeras...
porque não levar palavras?

beijos
um abraço forte

Anónimo disse...

Que fique só da minha vida
um monumento de palavras
(David Mourão-Ferreira)